Nessa semana vamos falar sobre uma síndrome bastante prevalente na população e frequentemente pouco compreendida pelos familiares e, as vezes, pelos próprios médicos que não estão acostumados a lidar com a FIBROMIALGIA. Iniciaremos uma série de postagens sobre a doença, seu diagnóstico e tratamento.
No Brasil, a fibromialgia está presente em cerca de 2% a 3% das pessoas. Acomete mais mulheres que homens e costuma surgir entre os 30 e 55 anos, mas pode afetar pessoas mais velhas e também em crianças e adolescentes.
A Fibromialgia é uma síndrome clínica que se manifesta, principalmente, com dor por todo o corpo. Muitas vezes fica difícil definir se a dor é nos músculos ou nas articulações. Os pacientes costumam dizer que não há nenhum lugar do corpo que não doa. Junto com a dor, surgem sintomas como fadiga (cansaço fácil ao realizar as atividades do dia-a-dia), sono não reparador (a pessoa acorda cansada, com a sensação de que não dormiu) e outras alterações como problemas de memória e concentração, ansiedade, formigamentos/dormências, depressão, dores de cabeça, tontura e alterações intestinais. Muitos outros sintomas em diversos órgãos e sistemas já foram descritos, o que torna a síndrome bastante complexa.
Uma característica da pessoa com Fibromialgia é a grande sensibilidade ao toque e à compressão de pontos nos corpos, frequentemente paciente pode sentir dor com um simples aperto de mão ou um abraço. Na verdade, seria como se o cérebro das pessoas com Fibromialgia interpretasse de forma exagerada os estímulos, ativando o sistema nervoso e interpretando estímulos diversos como se fossem dores.
Frequentemente devido a essa interpretação errada do sistema nervoso, familiares podem pensar que a dor não seja real, ou seja, exagerada. Hoje, com técnicas de pesquisa através principalmente de ressonância magnética funcional, que permitem ver o cérebro em funcionamento em tempo real, descobriu-se que pacientes com Fibromialgia realmente estão sentindo a dor que dizem sentir. Mas é uma dor diferente, em que não há lesão no corpo, e, mesmo assim, a pessoa sente dor.
Fonte: Sociedade Brasileira de Reumatologia
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Dr. Guilherme Leví Tres
Médico Reumatologista
CRM 40041/ RQE 34862