O reumatologista sem dúvida é o profissional com mais capacidade em diferenciar a fibromialgia e seus diagnósticos diferenciais, por tratar não só fibromialgia como diversas outras condições de dor.
Hoje com a facilidade da aplicação dos critérios de classificação para fibromialgia, muitos pacientes que sentem dor em mais de três lugares do corpo e tem alguns sintomas associados (como fadiga, distúrbio do sono – que podem acontecer em outras situações de dor crônica) já são classificados como portadores de fibromialgia.
Quase toda a semana recebo pacientes no consultório com o diagnóstico de fibromialgia e, na maioria das vezes, já em uso de diversas medicações e sem melhora das suas dores. Só que na verdade nunca foram questionados com atenção sobre as suas dores e sintomas, e principalmente, nunca foram submetidos a um EXAME MÚSCULO-ESQUELÉTICO ADEQUADO E COMPLETO.
Diversos desses pacientes, por vezes, não estavam melhorando pois estavam tratando apenas o sintoma de dor crônica e NÃO ESTAVAM TRATANDO A CAUSA. São inúmeros os casos onde as pessoas portam outras doenças, com artrite reumatóide soronegativa, síndrome de Sjögren, alterações de tireóide, hiperparatireoidismo, lúpus eritematoso sistêmico, espondiloartrites, entre outros. E com o tratamento adequado da causa da dor, tiveram melhora dos seus sintomas.
Isso não significa que todo paciente com fibromialgia deva fazer um milhão de exames laboratoriais e de imagem na investigação, mas sim que deve ser submetido a uma entrevista e exame físico por um médico especializado.
O reumatologista é treinado durante toda a sua formação a diferenciar através da entrevista com o paciente e exame físico a origem das dores. Outros profissionais não tem tanta experiência nesse diagnóstico diferencial.
Se você tem fibromialgia, me conte nos comentários como foi seu diagnóstico e se alguma vez alguém lhe examinou adequadamente na investigação.
Dr. Guilherme Leví Tres
Médico Reumatologista
CRM 40041/ RQE 34862