A coluna vertebral é formada por ossos chamados de vértebras, que estão alinhadas e funcionam em conjunto como uma haste firme e flexível, que se movimenta pelos seus encaixes (as articulações) e que é estabilizada por vários ligamentos e músculos ligados a essas vértebras. A sua estrutura é bastante complexa para permitir a sustentação e a movimentação do corpo sem comprometer a função de proteção da medula espinhal. Assim é comum nos referirmos à coluna ou a problemas que a acometem pensando nesse conjunto de estruturas além da parte óssea. A coluna divide-se em quatro segmentos com 7 vértebras na região cervical, 12 na torácica, 5 na lombar e 5 vértebras que são fundidas formando o osso sacro, que se apóia sobre os dois ossos ilíacos que formam a bacia. Cada vértebra então tem um nome formado pela letra do segmento a que pertence seguida de um número que indica sua posição de cima para baixo.
Existem várias estruturas que podem causar dor (ossos, articulações, ligamentos, músculos, medula espinhal, nervos) (Ilustração 2) e mais de 70 doenças que podem se manifestar com dor na coluna, como infecções, tumores, traumas súbitos ou de repetição, contusões, luxações e fraturas, erros posturais e sobrecargas, inflamações no local ou sistêmicas.
Para facilitar o diagnóstico, costuma-se caracterizar o segmento que é afetado. Assim, cervicalgia e lombalgia são dores que envolvem, respectivamente, a parte de trás do pescoço e da região lombar e podem irradiar para o membro superior ou para o membro inferior, resultando na cervicobraquialgia ou na lombociatalgia. As regiões cervical e lombar são os segmentos mais móveis e justamente onde as dores se manifestam com maior frequência, mas também existe a dorsalgia, que é a dor na parte de trás do tórax e a dor na parte mais baixa da coluna, nas nádegas, que pode decorrer de problema nas articulações sacroilíacas. Veja que as dores que são difusas pelo corpo via de regra não podem ser explicadas apenas por um problema na coluna.
Os problemas da coluna costumam dar sintomas na parte de trás do pescoço, a chamada cervicalgia. Esse termo costuma ser usado para designar a dor que acomete a área acima dos ombros e abaixo da cabeça, embora seja comum que haja irradiação da dor cervical para essas regiões. Pelas informações de história e exame físico, habitualmente é possível descobrir se a dor deve-se a um problema nas estruturas da coluna ou se há necessidade de investigar outras doenças.
A gravidade da dor na coluna depende da sua causa. A sua ocorrência é muito frequente; mais de 60% das pessoas sentirão dor na região cervical e mais de 80% sentirão dor na região lombar em algum momento da vida, mas a maior parte é benigna, de resolução em poucos dias, mesmo de forma espontânea (sem tratamento). Grande parte está associada a posturas inadequadas por tempo prolongado, falta de condicionamento físico, problemas psicoafetivos que levam a contraturas musculares dolorosas. No entanto, há casos em que uma doença de maior impacto ou gravidade, de causa específica, está presente e deve ser diagnosticada sem atrasos, possibilitando tratamento próprio em tempo hábil, com o devido acompanhamento. Alertam para essas possibilidades os achados de febre, dor óssea localizada, perda de peso, deficiência neurológica progressiva ou alterações no controle de urina e fezes, e a presença de certas doenças prévias como tumores e infecções.
Médico especializado no diagnóstico e tratamento de doenças
que afetam os ossos e as articulações, além de doenças
autoimunes sistêmicas, comumente referidas como doenças reumáticas.
CRM/RS 40041
Clínica Médica RQE 31023
Reumatologia RQE 34862